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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

MOCAMBO CULTURAL NO AFRO XXI

Cidadania Em Salvador,

Afro XXI aprofunda debate sobre cidadania e
luta do povo negro

Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendente reúne representações governamentais, da sociedade civil e parlamentares de diversos países

Salvador foi sede de uma série de atividades que vão aprofundar o debate sobre a cidadania e a luta pelos direitos do povo negro.

OBJETIVO
Segundo a organização do evento, o objetivo é promover a reflexão sobre a história e a situação dos afrodescendentes nas regiões participantes – países africanos, ibérico-americanos, sul-americanos e caribenhos –, bem como avaliar os avanços alcançados pelas comunidades negras naquelas regiões e as novas contradições que deles decorrem.

O encontro tem como resultado uma declaração que deverá indicar uma agenda de mobilizações para os próximos anos que promovam a inclusão, sob todos os aspectos, dos milhões de cidadãos e cidadãs afrodescendentes em todo o mundo.

COOPERAÇÃO
A Afro XXI aconteceeu dez anos depois da da 3ª Conferência da ONU contra o Racismo, a Xenofobia e a Intolerância Correlata, realizada em Durban, África do Sul, em setembro de 2001. A Declaração de Durban – um plano de ação da comunidade internacional para combater o racismo –, apresentou à época uma agenda inovadora e direcionada ao combate de todas as formas de racismo e de discriminação racial.

O relatório oficial sobre as discussões ocorridas nos dois dias de Afro XXI foi feito pelo diretor adjunto do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Niky Fabiancic, que ressaltou a necessidade de implementação de políticas públicas para a comunidade afro, que representa cerca de 20 a 30% da população total do planeta.

Chefes de Estado, inclusive a Presidente Dilma Rousseff, se fizeram presentes no encontro os presidentes de outros três países: Jorge Carlos Fonseca, de Cabo Verde; José Mojica, do Uruguai; e Alpha Condé, da república da Guiné.

Mesas redondas discutiram políticas para as populações afrodescendentes
A criação de um Fundo Internacional de Desenvolvimento Econômico para as populações afrodescendentes, voltado exclusivamente para ações de educação e cultura, é o ponto principal da Carta de Salvador, documento elaborado pelos participantes do Encontro do Ano Internacional dos Afrodescendentes - Afro XXI.

Além da criação do Fundo, que teria os recursos compartilhados entre os países membros, a implantação de um Fórum Permanente de interlocução entre os governos e a comunidade afrodescendente dos países da diáspora, dentro da estrutura da Organização das Nações Unidas - ONU, também faz parte das demandas que serão apresentadas para os governantes dos países que participaram do Afro XXI.

“Esses são alguns dos itens da nossa pauta, mas nossa principal reivindicação é que as declarações e intenções aqui firmadas, e as que foram tratadas em Durban, há 10 anos, saiam do papel e se transformem em ações concretas, para que possamos celebrar, em um futuro breve, a verdadeira igualdade racial”, declara Epsy Campbell, representante da sociedade civil da Costa Rica, especialista em desenvolvimento social, equidade e participação política das mulheres e dos negros.

A mortalidade da população negra foi um dos pontos que mais chamou atenção entre os participantes do encontro. Foi percebida a semelhança de dados e em todos os países se confirmou que a população negra tem um ciclo de vida menor e é a que menos tem acesso a saúde pública.

A presidente Dilma Roussef e outros 14 chefes de Estado dos países ibero-americanos participantes do Afro XXI receberam representantes da sociedade civil e os relatores das mesas redondas para que fossem acrescentados os dados na “Declaração de Salvador”, o novo protocolo de intenções entre os governantes para estabelecer ações de combate ao racismo e promoção da igualdade.

Os adeptos das religiões de matriz africana também apresentaram suas denúncias, ao afirmarem que é internacional a tentativa de criminalizar os seus rituais religiosos. “Os países devem ser Estados Laicos, mas tem a obrigação de garantir ao indivíduo o seu direito magno de professar a sua fé”, declara Antônio Castañeda, Babalawo, presidente da Associação Cultural Yorubá de Cuba.

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